acessibilidade

Publicitário formado pela UFSM cria Guia de Acessibilidade Cromática para Daltonismo

Gustavo Martinez

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

Thiovane Pereira, 22 anos, é recém graduado em Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Enquanto publicitário, ele atua como diretor de arte, desenvolvendo materiais gráficos para os clientes, envolvendo formas e, claro, cores. O que pode parecer incomum, à primeira vista, é que Thiovane é daltônico. Ou seja, a percepção dele das cores é alterada.

Estima-se que, no mundo, cerca de 350 milhões de pessoas convivam com o daltonismo. No Brasil, são mais de oito milhões de pessoas. Em média, uma a cada 26 pessoas tem daltonismo. Portanto, é muito provável que você conheça alguém com daltonismo. Além disso, não é incomum que os daltônicos desconheçam a própria situação.

Thiovane, por exemplo, conta que começou a suspeitar ser daltônico apenas aos 13 anos. O diagnóstico oficial veio aos 19, em consulta com um oftalmologista que confirmou o quadro. Ele tem deuteranomalia e protanomalia, que corresponde à dificuldade de visualizar as cores verde e vermelho, respectivamente.

Apesar da maior parte das pessoas daltônicas terem a condição por uma situação genética, é possível desenvolver o daltonismo durante a vida, após um acidente que danifique as células das retinas responsáveis pela captação da luz - chamadas de cones - por exemplo.

Banda Rinoceronte se reúne para lançar projeto acústico

TIPOS DE DALTONISMO

Visão tricromática anômala

Visão de pessoas que possuem os três tipos de cones, vermelho, verde e azul, necessários para a captação da luz visível.

  •  Protanomalia: deficiência parcial no cone sensível à luz vermelha
  •  Deuteranomalia: deficiência parcial no cone sensível à luz verde
  • Tritanomalia: deficiência parcial no cone sensível à luz azul

Visão dicromática

Visão de pessoas que possuem apenas dois tipos de cones necessários para a captação da luz visível.

  • Protanopia: ausência ou deficiência total do cone vermelho
  • Deuteranopia: ausência ou deficiência total do cone verde
  • Tritanopia: ausência ou deficiência total do cone azul

Visão monocromática

Pessoas que possuem a ausência de dois ou todos os tipos de cones necessários para a captação da luz visível.

  • Monocromacia típica: ausência ou deficiência total em todos os três tipos de cones sensíveis à luz
  • Monocromacia do cone azul: ausência ou deficiência total nos cones sensíveis à luz vermelha e verde. Há apenas o cone azul


style="width: 50%; float: none;" data-filename="retriever">

Imagem: Reprodução / Guia de Acessibilidade Cromática para Daltonismo As diferenças dos tipos de daltonismo

O GUIA

Assim, é de se imaginar que Thiovane encontre obstáculos na hora de praticar a sua profissão. Foi pensando exatamente nisso que ele desenvolveu o Guia de Acessibilidade Cromática para Daltonismo, o primeiro material do tipo criado por uma pessoa daltônica no mundo.

- No início, eu pensava em encontrar maneiras de garantir que profissionais que fossem daltônicos tivessem autonomia nas suas profissões, mas depois eu acabei começando pelo início e pesquisando exatamente o que seria possível para tornar projetos mais acessíveis - explicou Thiovane.

'O banco dos réus deveria ser mais extenso': delegados da Kiss falam sobre o caso oito anos depois

O guia busca "auxiliar e facilitar o trabalho de profissionais pertencentes a determinadas áreas da indústria criativa (como a arquitetura, o design e a publicidade), o que, consequentemente, torna possível a plena existência de projetos e produtos comunicacionais acessíveis".

Nas suas 37 páginas, são explicados conceitos, princípios e sugestões para tornar materiais visuais acessíveis para daltônicos.

Uma dessas situações apresentadas é o sistema de identificação de cores, o ColorADD. Desenvolvido pelo designer português Miguel Neiva, ele identifica as três cores primárias - vermelho, amarelo e azul - com símbolos. A união destes símbolos representa a combinação das cores correspondentes. Então se há o símbolo para o azul e o vermelho marcando um local, isso significa que a cor ali é o roxo.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)

A produção do guia contou com a colaboração de 25 pessoas do Brasil e da Espanha, que atuaram como um público inicial durante as fases de teste do guia.

Atualmente, o material está acessível em duas versões, uma em modo claro e outra em modo escuro, que visa facilitar o acesso a pessoas com fotofobia, ou seja, quem tem alta sensibilidade à luz.

Thiovane conta que planeja ainda mais três versões do guia, que também será enviado para outras instituições de ensino superior para "fazer com que esse guia, de fato, passe a ser discutido dentro das universidades e chegue até os profissionais".

Para quem quiser acessar o Guia de Acessibilidade Cromática para Daltonismo, basta se cadastrar no site thiovane.com.br para receber a cópia virtual das versões disponíveis gratuitamente. No momento, não há uma versão física do Guia.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Reconstituição virtual da boate feita pela UFSM será usada no júri da Kiss Anterior

Reconstituição virtual da boate feita pela UFSM será usada no júri da Kiss

Próximo

UFSM tem vagas abertas para professor substituto

Geral